Durante grande parte da Idade Média, a plebe rural raramente punha as mãos em moeda, visto que os feudos eram praticamente auto-suficientes e os impostos e dízimos normalmente eram pagos em espécie. As moedas eram usadas, porém, no comércio de bens de luxo e cresceram gradualmente de importância à medida que novas redes comerciais e urbanas começaram a se desenvolver depois do ano 1000.
Moedas de ouro, conhecidas como besantes, eram cunhadas no Império Bizantino e no Califado árabe, mas eram quase desconhecidas na Europa Ocidental (salvo, talvez, no comércio de Veneza) até o início da era das cruzadas. Durante todo o período, o padrão monetário baseou-se em moedas de prata, com moedas fracionárias de cobre. A moeda que por mais tempo representou o padrão monetário foi o dinheiro de prata. Seu poder aquisitivo oscilava conforme a conjuntura e a abundância relativa de metais preciosos, mas em geral representava o sustento de uma família por alguns dias.
Para uma comparação aproximada do poder aquisitivo das diferentes moedas européias usamos aqui uma unidade arbitrária, representada por Ð. Um Ð representa o poder aquisitivo de um dólar estadunidense em fins de 2000, e também equivale aproximadamente ao ganho diário de um assalariado humilde em tempos pré-modernos.
Europa Ocidental - Alta Idade Média
O primeiro padrão monetário a se difundir na Europa Ocidental após a queda do Império Romano do Ocidente foi estabelecido pelo Imperador Carlos Magno por volta de 800 d.C. Era baseado no denarius, nome de uma antiga moeda romana e deu origem, em português, à palavra dinheiro.
Esse denarius ou dinheiro era definido teoricamente como 1/240 de um librum carolíngio (plural libra, símbolo £) de 489,6 gramas. 2,04 gramas de prata 95,8% pura. Entretanto, o peso real dos denarii (símbolo d) ainda existentes é de apenas 1,725 gramas. Doze denarii faziam um solidus ou soldo (símbolo s).
Nem a libra, nem o soldo foram originalmente verdadeiras moedas: no Ocidente tanto o solidus como o librum eram moedas de conta, meros coletivos de denarius.
A moeda de meio denarius era chamada obolus (símbolo ob~) e um quarto de denarius, quadrans (símbolo q/r). Moedas baseadas no denarius de Carlos Magno também circulavam em Portugal com o nome de dinheiro, na França como denier, na Espanha como dinero e na Itália como denaro, na Alemanha como Pfennig e na Inglaterra como penny (plural pence) ou sterling. Também os nomes dos seus múltiplos foram usados em outros países da Europa Ocidental: em Portugal, soldo e libra; na França, sou (que se escrevia sol até o século 18) e livre; na Itália,soldo e lira; na Espanha, sueldo e libra.
nome latino
nome português
nome francês
nome inglês
nome italiano
nome castelhano
símbolo
conteúdo metálico
valor nominal em denarii
poder aquisitivo aproximado em Ð
Librum
libra
livre
pound
lira
libra
£
414 g prata
240
Ð 1.440,00
Solidus
soldo
sou
shilling
soldo
sueldo
s
20,7 g prata
12
Ð 72,00
Denarius
dinheiro
denier
penny
denaro
dinero
d
1,725 g prata
1
Ð 6,00
Obolus
mealha
half penny
meaja
ob~
n/d
½
Ð 3,00
Quadrans
farthing
q/r
n/d
¼
Ð 1,50
Império Bizantino
Na Alta Idade Média, só o Império Bizantino cunhava moedas de ouro: desde 717 o solidus ou nomisma(conhecida no Ocidente como besante) de 4,48 g de ouro a 98%, dividido em 12 miliaresia de prata de 2,25 gramas ? ou até 14, dependendo do preço relativo dos metais. Nessa época o ouro valia 6 a 7 vezes mais que a prata. Cadamiliaresion se dividia em 24 follera de cobre de 8 gramas.
O besante foi desvalorizado pela redução do conteúdo em ouro, lentamente a partir de 867 e mais rapidamente a partir de 1057, quando o Império sofreu uma grave derrota militar. Foi sucedida a partir de 1092 pelo hyperpyron com 4,45 gramas de ouro de 20½ quilates ou 85%, também gradualmente desvalorizado a partir de 1185 até ser abandonado em 1354. O padrão bizantino foi seguido pelos reinos dos cruzados.
nome
símbolo
conteúdo metálico
valor nominal em miliaresia
poder aquisitivo aproximado em Ð
Nomisma, solidus ou besante
4,48 g ouro 98%
12
Ð 115,20
Semisses
2,24 g ouro 98%
6
Ð 57,60
Tremisses
1,12 g ouro 98%
3
Ð 28,80
Miliaresion
2,25 g prata
1
Ð 9,60
Keration
1,125 g prata
½
Ð 4,80
Follis
M
8 g cobre
1/24
Ð 0,40
Obolos
K
4 g cobre
1/48
Ð 0,20
Dekanumion
I
2 g cobre
1/96
Ð 0,10
Pentanumion
E
1 g cobre
1/192
Ð 0,05
Mundo árabe
Nos países árabes, incluindo o califado de Córdoba que dominava os atuais Portugal e Espanha, o besante foi reproduzido com o nome de dinar (também do latimdenarius), ao lado do qual circulava o dirham (do gregodrachma) de prata e o fuls (de follis, singular de follera) de cobre. Em 696-697, o califa Abd al-Malik instituiu uma reforma monetária, pela qual o peso do dinar foi reduzido de 4,55 para 4,25 gramas, unidade de peso desde então conhecida no mundo islâmico como mithqal e foi proibido o uso de imagens de governantes ou outras quaisquer nas moedas, desde então cunhadas apenas com inscrições em árabe.
nome
conteúdo metálico
valor nominal em dirham
poder aquisitivo aproximado em Ð
Dinar
4,25 g ouro
8 a 9
Ð 110,00
Dirham
3,03 g prata
1
Ð 13,00
Fuls
8 g cobre
aprox. 1/30
Ð 0,40
Baixa Idade Média
Na maior parte da Europa Ocidental não se sentiu necessidade de moedas de ouro, ou mesmo de moedas de prata maiores que o denarius, até cerca de 1200. Foi a partir de 1172 que o crescimento do comércio dentro da Europa Ocidental e com o Oriente (estimulado pelas Cruzadas) levou Gênova a introduzir moedas de prata de maior valor conhecidas como grossus de 4d, nome que generalizou-se para moedas de prata de tamanho médio.
Em 1252, apareceram também moedas de ouro, cunhadas por Florença com o nome de florim e logo depois também por outras cidades-estado italianas. Derivada dos últimos besantes e dinares, tinha 3,536 gramas de ouro quase puro (originalmente equivalentes à já desvalorizada libra florentina de prata) e foi até 1650 a moeda de ouro mais comum na Europa, inicialmente com o valor de 240 denariflorentinos (mais tarde, com a desvalorização deste, 580). Era chamada florim (em Florença), cequim (em Veneza),écu (na França), schild (em Flandres), gulden (na Alemanha), zloty (na Polônia), ducado (em vários países europeus), dinar (nos países árabes).
Portugal e Espanha haviam herdado dos árabes o dinar de ouro, com os nomes locais de morabitino (em Portugal) e maravedi (na Espanha) derivados de murabiti, nome árabe da poderosa dinastia dos almorávidas que dominou grande parte da Península Ibérica de 1093 a 1148 e definiu o padrão original dessas moedas. O valor delas, porém, foi rapidamente reduzido por sucessivas desvalorizações ao longo dos séculos 13 e 14 e no século 15, porém, tanto Espanha quanto Portugal lançaram novas moedas de ouro com valores muito próximos do antigo florim : o escudo (na Espanha) e o cruzado (em Portugal, onde valia inicialmente 400 réis).
Na Alemanha, o título do gulden caiu até chegar a 77% (18½ quilates) em 1490. A Inglaterra tentou cunhar uma moeda de ouro chamada gold penny (de 2,892 g, valendo 20 pence de prata ou Ð 80) em 1257, mas não teve aceitação.
Moedas medievais - séculos XII e XIII
nome
emissão
conteúdo metálico
poder aquisitivo aproximado em Ð
Grossus
Gênova 1172
n/d
Ð 30,00
Florim de ouro
Florença 1250, depois vários países
3,560 g ouro 99,5%
Ð 144,00
Florim de prata
Florença 1250, depois vários países
n/d
Ð 7,20
Denaro
Florença 1250
n/d
Ð 0,60
Maravedi de ouro
Castela 1260
n/d
Ð 79,20
Maravedi de prata
Castela 1260
n/d
Ð 13,20
Dinero
Castela 1260
n/d
Ð 6,60
Maravedi burgalês
Castela 1260
n/d
Ð 2,20
Meaja
Castela 1260
n/d
Ð 1,10
Sueldo
Aragão 1260
n/d
Ð 113,00
Dinero
Aragão 1260
n/d
Ð 9,40
Moedas medievais - século XIV
nome
emissão
conteúdo metálico
poder aquisitivo aproximado em Ð
Stuiver
Flandres, 1300
8,440 g prata 95,83%
Ð 30,00
Gros tournois
França e Flandres, 1300
4,220 g prata 95,83%
Ð 15,00
Maravedi de prata
Castela, 1300
1,13 g prata
Ð 4,00
Gros
Brabante, 1300
n/d
Ð 10,00
Lira affiorino
Florença, 1300-1350
n/d
Ð 76,00
Florim de prata affiorino
Florença, 1300-1350
n/d
Ð 3,80
Denaro affiorino
Florença, 1300-1350
n/d
Ð 0,16
Angelot
França, 1340
5,7 a 6,3 g ouro
Ð 0,16
Moedas medievais - século XV
nome
emissão
conteúdo metálico
poder aquisitivo aproximado em Ð
Florim de ouro
vários países, 1400-1450
3,560 g ouro 99,5%
Ð 200,00
Gulden de ouro
Alemanha e Borgonha, 1490-
3,560 g ouro 77%
Ð 160,00
Stuiver
Flandres, 1418
3,599 g prata 50%
Ð 8,00
Gros
Flandres, 1418
n/d
Ð 4,00
Gros
Brabante, 1418
n/d
Ð 2,67
Mite
Flandres, 1418
n/d
Ð 0,33
Stuiver
Flandres, 1428
3,753 g prata 44,44%
Ð 7,00
Angelot
França, 1422-61
2,27 g ouro
Ð 110,00
Tostão ou Testone
Milão, 1472-76
9,8 g prata
Ð 60,00
Thaler
França, 1468-
29 g prata
Ð 180,00
Portugal
Em Portugal, as denominações monetárias herdadas do antigo sistema carolíngio já estavam consideravelmente desvalorizada quando, em 1253, Afonso III taxou o marco de prata (1 marco = 227,8 gramas = meia libra-peso) em 12 libras portuguesas, 240 soldos ou 2.880 dinheiros. Esse sistema é conhecido com L - S - D (libra - soldo - dinheiro).
O dinheiro se dividia em duas mealhas ? palavra que deu origem às palavras "mealheiro" e "amealhar", ainda muito usadas. A moeda de maior valor era o morabitino (em espanhol, maravedi), cujo nome vinha de murabiti, nome árabe da poderosa dinastia dos almorávidas que dominou grande parte da Península Ibérica de 1093 a 1148 e ditou o primeiro padrão para essa moeda. Em 1264, um morabitino velho valia 27 soldos, um morabitino novo, 22. Doze dinheiros valiam um soldo até o reinado de Afonso IV (1325-1357), quando um soldo passou a valer apenas 9 dinheiros.
Moedas portuguesas, 1253 - 1325
nome
conteúdo metálico
valor nominal em dinheiros
poder aquisitivo aproximado em Ð
Mealha
n/d
½
Ð 0,15
Dinheiro
n/d
1
Ð 0,30
Soldo
0,95 g prata
12
Ð 3,60
Libra
18,98 g prata
240
Ð 72,00
Morabitino novo
n/d
264
Ð 79,20
Morabitino velho
n/d
324
Ð 97,20
Após várias desvalorizações para financiar guerras contra Castela, que criaram uma grande confusão monetária e transtornaram as relações entre dinheiro, soldo e libra, o rei D. Duarte, em 1435, decidiu abolir a libra como unidade monetária, colocando em seu lugar o real branco (sendo 1 real = 35 libras portuguesas) cuja cunhagem havia sido iniciada pelos seu predecessor D. João I.
O adjetivo o distinguia do real preto (de cobre), também cunhado pelo seu predecessor, pois o real branco era cunhado em uma liga de prata com cobre chamada bolhão (ou bilhão), contendo teoricamente 41,67% (5/12) de prata, mas na prática, freqüentemente, apenas 25%. O real branco, ou simplesmente real, tornou-se, por mais de 400 anos, a unidade monetária de Portugal e do Brasil.
Uma grama de ouro correspondia então a 35 reais ? logo chamados réis, pois a freqüência do uso da palavra levou a abreviá-la. Havia ainda velhos soldos em circulação, de diversos valores: ao que parece, houve soldos que valeram um real, quatro ceitis e 2/7 réis. Algumas fontes também indicam que havia "dinheiros" em circulação, com valor de ¼ de real.
Em 1448, para substituir o real preto retirado de circulação em 1442, começou a ser cunhada uma nova moeda de cobre chamada ceitil, valendo 1/6 do real branco. Continuou a circular até 1580, quando seu valor aquisitivo havia caído para cerca de Ð 0,025 e havia se tornado sinônimo de insignificância, dando origem a expressões que ainda permanecem na língua, como "ficar sem ceitil" e "não pagar um ceitil".
Moedas portuguesas, 1435-1452
nome
conteúdo metálico
valor nominal em réis
poder aquisitivo aproximado em Ð
Libra
n/d
1/35
Ð 0,04
Real branco
1,13 g bolhão (prata 25%)
1
Ð 1,40
Ceitil
n/d
1/6
Ð 0,23
Soldo
variável
1, 2/3 ou 2/7
Ð 0,40, Ð 0,93 ou Ð 1,40
Dinheiro
n/d
¼
Ð 0,35
Inglaterra
Como outros países da Europa Ocidental, a Inglaterra iniciou sua história monetária com o padrão estabelecido pelo Imperador Carlos Magno por volta de 800 d.C. Era baseado no denarius, definido teoricamente como 1/240 de um librum carolíngio (plural, libra) de 489,6 gramas.
Na Inglaterra, onde foi cunhada pela primeira vez no reinado de Alfredo, o Grande (871-899), seu nome popular era penny (plural pence) ou sterling, mas lá, como em toda a Europa Ocidental, a língua oficial era o latim, de forma que os contadores simbolizavam o penny por d e, por algum tempo, o meio penny por ob~ e o quarto de penny oufarthing por q/r . Na Inglaterra, como na maior parte da Europa Ocidental, não se sentiu necessidade de moedas de ouro, ou mesmo de moedas de prata maiores que o denarius, até cerca de 1200. Eram usadas as denominaçõessolidus (em inglês shilling), representada por s, para uma soma de 12 d, e libra (em inglês pound), representada por £, para 240 d, mas não existiam moedas desse valor: no Ocidente tanto o solidus como a libra eram meras moedas de conta, ou coletivos de denarius. Essas representações continuaram sendo usadas mesmo depois que o inglês substituiu o latim no uso oficial. Assim, desde Alfredo o Grande até a introdução do sistema decimal em 1970, uma soma de 30 pence sempre foi representada como 2s 6d, ou então 2/6.
A partir do final do século 12, o crescimento do comércio dentro da Europa Ocidental e com o Oriente (estimulado pelas Cruzadas) levou as cidades-estados italianas a introduzir moedas de prata de maior valor conhecidas comogrossus (nome que generalizou-se para moedas de prata de tamanho médio) e, no século 13, também moedas de ouro de aproximadamente 3,5 g, os florins ou cequins, que seguiam o padrão dos besantes do Império Bizantino e dos dinares árabes. A Inglaterra tentou nessa mesma época cunhar uma moeda de ouro chamada gold penny (de 2,892 g, valendo 20 pence de prata ou Ð 80) em 1257, mas não teve aceitação.
O desenvolvimento do comércio e a ascensão da classe burguesa também trouxe, porém, desequilíbrios comerciais e financeiros, inflação e desvalorizações. O penny da então relativamente isolada e atrasada Inglaterra resistiu melhor que a maioria de seus similares no continente europeu. Na primeira cunhagem onde os pesos foram cuidadosamente atestados por documentos históricos, de 1247, uma tower pound de prata esterlina (isto é, com título de 92,5%), de 349,9144 gramas, rendia 242 pence (que, portanto, tinha 1,446 gramas) mas em 1275 cada penny passou a ter apenas 1,44 g de prata (1/256 da tower pound).
Em 1279, o Reino da Inglaterra declarou com seu único padrão monetário a moeda de prata esterlina cunhada no país, pois a maioria das moedas do continente tinham reduzido seu título para 80% (e em alguns, como Portugal, o dinheiro já estava reduzido a mera moeda de cobre), porém, mais tarde, as desvalorizações tiveram que ser retomadas: em 1346 para 1,296 g (1/288), em 1351 para 1,1664 g (1/320), em 1411 para 0,972 g (1/384), em 1464 para 0,7776 g (1/480).
O penny foi novamente desvalorizado em 1526 e ao mesmo tempo a unidade de peso deixou de ser a tower pound para ser a troy pound, de 373,242 g. O penny 1/540 da troy pound ou 0,6912 g. Em 1544, 0,648 g (1/576) e em 1551 0,5184 g (1/720). No final do processo, o penny ou sterling perdeu dois terços do seu peso original, mas a soma de 240 pence continuou a ser chamada de libra esterlina (sterling pound), mesmo se, na realidade, passou a pesar apenas um terço de libra troy.
Em 1344, o rei inglês Eduardo III contratou dois florentinos para cunhar as primeiras moedas de ouro inglesas:double leopard ou florim (72 pence, que na época tinham poder aquisitivo de cerca de Ð 324), leopard ou meio florim (36 pence) e helm ou quarto de florim (18 pence). Porém, esses valores nominais (que supunham uma relação ouro/prata de 1/12,4) eram superiores ao seu valor intrínseco em ouro segundo os preços da época (1 parte de ouro valia 11,16 de prata) e os mercadores as rejeitaram. O rei tentou outra vez em 1351, quando reduziu o peso das moedas de prata e introduziu as moedas de ouro chamadas noble (de 80 pence, com 7,78 gramas de ouro, com poder aquisitivo de aproximadamente Ð 280), meio noble e quarto de noble ou ferlin, que tiveram mais sucesso. Ele introduziu também a versão inglesa do grossus, que em inglês tornou-se groat, também de 4 d (cerca de Ð 14), com 6,3 g de prata.
Valor médio das unidade monetárias inglesas
Período
Libra
Shilling
Penny
1264 a 1274
Ð 1.235,00
Ð 61,77
Ð 5,15
1275 a 1299
Ð 1.127,00
Ð 56,34
Ð 4,69
1300 a 1350
Ð 985,00
Ð 49,27
Ð 4,11
1350 a 1399
Ð 895,00
Ð 44,76
Ð 3,73
1400 a 1449
Ð 1.007,00
Ð 50,35
Ð 4,20
1450 a 1499
Ð 1.062,00
Ð 53,10
Ð 4,43
França
Até o início do século 12, o sistema monetário francês, análogo ao inglês, evoluiu a partir de uma desvalorização progressiva do sistema carolíngio, mas em agosto de 1266 o rei Luís IX introduziu um novo sistema baseado numalivre tournois de 970,56 gramas de prata 95,8% (23/24), quase o dobro da libra inglesa. Era dividida em 240 gros tournois, cada um destes com 4,22 gramas, que equivaliam cada um a 1 solidus (em francês antigo sol, hoje sou) da desvalorizada libra carolíngia.
Essa moeda deixou de ser cunhada por volta de 1330, mas em Flandres, com o nome de groot, sobreviveu como uma "moeda de conta" até o século 15. A libra francesa de prata dividia-se em 20 sols, 80 liards e 240 deniers ou dinheiros, salvo em certo período (a partir de 1360) em que se dividiu em 25 sols tournais.
Unidades monetárias francesas em 1266
unidade
valor nominal em deniers
poder aquisitivo aproximado em Ð
livre de gros tournois
2.880
Ð 3.600,00
livre
240
Ð 300,00
gros tournois, ou sol tournois
12
Ð 15,00
denier
1
Ð 1,25
Valor da libra francesa, 1266-1541
Ano
gramas de ouro puro
poder aquisitivo aproximado em Ð
1266
8,271
Ð 300,00
1300
4,900
Ð 200,00
1360
3,880
Ð 145,00
1541
1,460
Ð 70,00
Valor do escudo (écu) francês, 1266-1541
Ano
gramas de ouro puro
valor em livres e sous
poder aquisitivo aproximado em Ð
1266
4,140
10 s
Ð 150,00
1337
4,532
10 s
Ð 160,00
1541
3,880
£ 2
Ð 140,00
Referências
E. H. Phelps Brown e Sheila V. Hopkins, "Builders' Wage-rates, Prices and Population: Some Further Evidence," em Economica (fevereiro de 1959): p. 18-37;
E. H. Phelps Brown e Sheila V. Hopkins, "Seven Centuries of the Price of Consumables, compared with Builders' Wage-rates," em Economica (novembro de 1956): p. 296-314;
E. H. Phelps Brown e Sheila V. Hopkins, "Wage-rates and Prices: Evidence for Population Pressure in the Sixteenth Century," em Economica (novembro de 1957): p. 289-306
Chester L. Krause e Clifford Mishler, Standard Catalog of World Coins, 1985: Iola, Krause
John H. Munro, "Money and Coinage in Late Medieval and Early Modern Europe"
Kelley L. Ross, "British Coins before the Florin, Compared to French Coins of the Ancien Régime"
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