HISTÓRIA DA MOEDA - 12 O COMÉRCIO INTERNACIONAL
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HISTÓRIA DA MOEDA - 12 O COMÉRCIO INTERNACIONAL


No comércio da Europa com o resto do mundo, os pagamentos eram efetuados com metais preciosos. É verdade que para comprar as sedas e as especiarias do Oriente podia-se utilizar certas moedas de curso oficial, em particular o ?excelente? espanhol e o sequim veneziano, até meados do século XVI, e depois o real de prata espanhol. Mas essas peças, pouco numerosas, tinham características específicas que impediam que fossem substituídas por outras.
Com um peso de metal puro praticamente constante (3 a 4 gramas), essas moedas eram difíceis de imitar, e a efígie nelas gravada só garantia a sua conformidade, sem representar uma unidade de conta fora das fronteiras nacionais. Dessa forma, no comércio internacional da Europa, essas moedas valiam de acordo com seu número ou seu peso em metal puro, mas careciam de status monetário. Nesse aspecto, e mesmo sem considerar a guerra, a pirataria e a escravidão, que o acompanhavam, o comércio desenvolvido no século XVI pelos europeus não pretendia homogeneizar o espaço mundial.
O mesmo acontecia com os certificados de depósito que circulavam dentro de cada espaço nacional europeu. Esses certificados, que só seriam substituídos por cédulas de banco um ou dois séculos mais tarde, eram emitidos desde o século XIV por certos banqueiros em troca de depósitos em espécie em seus cofres; tinham o valor de promessa de pagamento imediato pelo banqueiro, e circulavam como moeda.
O fraco desenvolvimento da indústria e do artesanato era ao mesmo tempo causa e conseqüência dos costumes monetários da época: de um lado, essas atividades não produziam riquezas suficientes para que sua partilha fosse objeto de um consenso social; de outro, a orientação prioritária das despesas ? guerras, terras, prebendas, produtos de luxo importados ? mantinha sobretudo categorias parasitárias. A produção permanecia principalmente agrícola, e seus excedentes eram trocados em mercados locais ou nas feiras distantes, e somente em certos períodos do ano. A figura do empresário ainda não surgira, e a atividade econômica era simbolizada pelos negociantes, por cujas mãos circulava o dinheiro.




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