Moedas
A Companhia das Índias Ocidentais
A WIC (traduzindo: Companhia das Índias Ocidentais) se lançou numa empreitada totalmente arriscada, financeiramente falando, ao desembarcar em terras brasileiras para dominar a capitania mais rica da colônia portuguesa nas Américas, sendo os primeiros anos de dominação flamenga em Pernambuco, um período de extrema dificuldade para os próprios holandeses, que muitas vezes não e atreviam a adentrar nas matas em busca de frutas com medo da resistência que utilizava de técnicas de guerrilha para eliminar o inimigo.
Esse período de dificuldades foi sucedido por uma relativa estabilidade opulenta mitificada na figura de Nassau. Após o retorno de Nassau à Holanda a administração local bastante endividada ? justamente para manter as tais três necessidades básicas do exército que veio para assegurar a invasão, sem o que comer, sem o que vestir, e sem onde morar o exército não teria força efetiva para continuar a luta contra a resistência ?.
Na tentativa desesperada de manter a lealdade das tropas e saldar várias dívidas a administração local assumiu uma política monetária ofensiva e desesperada. No dia 18/08/1645 foi autorizada uma cunhagem de moedas de ouro quadradas de 3,6 e 12 florins ou ducados, o ouro deveria ser ou proveniente da Guiné ou e qualquer outra fonte.
A primeira cunhagem não foi suficiente para sanar as contas, então no ano seguinte, 1646, houve uma nova emissão, e fica evidenciado no relatório (generale missive) de 23/08/1646, a retirada em caixa do ouro proveniente da guiné vindo pelo navio Edracht, nesse ano a cunhagem de moedas girou em torno de 119.569.18 florins.
Já em 1647 não existe uma certeza histórica se houve ou não a cunhagem de moedas de cerco, há uma possibilidade de existir uma cunhagem nesse ano se remetendo ao ano anterior, as moedas de 47 teriam então sido datadas com o número de 46, para evitar maiores problemas com a WIC.
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III florins emissão de 1645 |
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VI florins emissão de 1645 |
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XII florins emissão de 1645 |
O QUE É A WIC?
A 2 de Junho de 1621, por iniciativa de um grupo de calvinistas flamengos e brabanteses refugiados nas República das Sete Províncias Unidas dos Países Baixos para escapar à perseguição religiosa, a Companhia recebeu um alvará que lhe concedia o monopólio do comércio com as colônias ocidentais pertencentes à Sete Províncias nas Índias Ocidentais (o Caribe), bem como do tráfico de escravos, no Brasil, Caribe e América do Norte. A companhia podia operar também na África Ocidental (entre o Trópico de Câncer e o Cabo da Boa Esperança) e nas Américas, incluindo o Oceano Pacífico, e na parte oriental da Nova Guiné.
O objectivo do alvará era eliminar a competição, particularmente espanhola e portuguesa, entre os diferentes postos de comércio estabelecidos pelos mercadores. Espanhóis e portugueses acusaram os cristãos-novos de Amsterdã de serem a alavanca da empresa, mas do total de 3 milhões de florins subscritos na cidade, apenas 36 mil florins foram contribuição dos sefarditas.
A WIC foi organizada de forma similar à Companhia Holandesa das Índias Orientais (VOC), que detinha o monopólio do comércio neerlandês com a Ásia desde 1602, excepto pelo facto de a WIC não ter obtido permissão de conduzir quaisquer operações militares sem a aprovação do governo neerlandês. Tal como a VOC, a WIC tinha cinco escritórios, chamados de câmaras (kamers), em Amsterdã, Midelburgo, Roterdã, Hoorn e Groningen, sendo as câmaras de Amsterdã e de Midelburgo aquelas que mais contribuíram para a companhia. O conselho de administração consistia de 19 membros e era conhecido como o "Heeren XIX". Isaac de Pinto, economista judeu de origem portuguesa, foi accionista da WIC e terá pertencido aos Heeren XIX desde 1750, aproximadamente.
A WIC NO BRASIL
O objetivo da companhia era levar ao Novo Mundo (tal como a sua congênere, a bem sucedida Companhia Holandesa das Índias Orientais, já fazia na Ásia), a guerra da independência dos Países Baixos, atacando os pontos-chave do Império espanhol. As possessões portuguesas, segundo se calculava, seriam o calcanhar-de-aquiles, e pensava-se que a Espanha sacrificaria sua própria defesa em benefício da proteção dos seus domínios americanos. Por isso, em 1624-1625, a WIC dedicava ao Brasil o melhor de suas atenções, tentando ocupar Salvador, capital da colônia lusitana na América, onde, porém, os neerlandees não obtiveram êxito.
A opção por ocupar Pernambuco era óbvia: D. Diogo de Menezes, governador-geral, escreveria na época à Corte que no Brasil, não há mais que este lugar de Pernambuco e da Bahia. Eram as chamadas capitanias de cima, que monopolizavam a produção do açúcar, principal gênero de exportação, e que geravam o excedente fiscal que tornava o Brasil rentável, pois as «capitanias de baixo eram deficitárias. Mas, mesmo assim, não se pense serem povoadas: a ocupação era meramente litorânea, não excedendo uma faixa de 70 quilômetros a partir da costa.
Em 1630, uma armada da WIC, comandada pelo almirante Loncq, bloqueou o litoral pernambucano e desembarcou um exército que conquistou Olinda e Recife, começando a conquista da área entre o rio São Francisco e o rio Grande. A Espanha, sob Filipe IV e o conde-duque de Olivares, optou por uma guerra lenta, mas, em 1636, quando foi nomeado João Maurício de Nassau para governador civil e militar do Nordeste do Brasil, o exército da WIC já conseguira dominar a região entre Natal e Porto Calvo. Maurício de Nassau fora nomeado por seu talento administrativo, para pôr o Brasil a render - pois os lucros obtidos pela WIC com o corso contra Espanha e Portugal no Atlântico e nas Antilhas, que se estima em 30 milhões de florins, não davam para pagar a guerra (45 milhões) e a burocracia da WIC. A Companhia tomara dinheiro emprestado aos acionistas e não distribuía dividendos desde 1628, quando Piet Heyn capturara a frota espanhola da prata ao largo de Cuba. Sua dívida acumulada superava 18 milhões de florins. E um partido, o dos burgueses de Amsterdã, no seio da Companhia, queria a paz, prevendo restituir a área conquistada no Nordeste brasileiro em troca da abertura do comércio com as possessões da América espanhola.
Em 1791, o governo neerlandês adquire as ações da WIC, depois da falência da companhia, fazendo o mesmo com a VOC, em 1799. A partir de 1806, o mesmo governo passa a controlar diretamente o comércio nos territórios ultramarinos, transformando-os em colônias.
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